terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Bem vindos a 2013!


Queridos,

Bem-vindos a 2013!

Um espaço de tempo pode tornar-se um lugar, um período que abriga um grupo de ações, atitudes, emoções, eventos. Assim, bem vindos a 2013, esse lugar aonde muita coisa vai desabrochar como num belo jardim.

É um tempo-espaço de erigir, construir, manifestar em pedra aquilo que a alma traz e concretiza para compartilhar.

É um tempo-espaço de colheita, quando se poderá olhar o campo colorido pelas cores da natureza e trazer para todos a abundancia da Mãe Terra.

Construir, colher e compartilhar são as ações. Mesmo os campos mais belos cobertos pelas espécies mais raras, pelos frutos mais suculentos, são quase sempre resultado de uma ótima semeadura e cultivo. Colher é uma atividade que demanda esforço, físico e espiritual, o corpo executa a ação pela animação da vontade do espírito e a interferência da mente.

O produto dessa colheita não virá a tuas mãos por si só, o fruto não desce das árvores, caminha até ti, se guarda, conserva e espera ser compartilhado. Tu deves ir até ele, identificar seu estágio de maturação, tomá-lo com delicadeza e auxiliá-lo a cumprir sua missão.

Não se pode aguardar que uma construção se erga do pó sem teu auxílio, ela como um ser inanimadamente vivo, depende da tua versão da visão que alcanças, a capacidade de traduzi-la e manifestá-la no plano do visível. Manifestá-la de forma que possa ser compartilhada e vivida por toda a gente.

Todo esse processo de colheita-construção é demorado e o tempo-espaço pode ser alongar, mas nos planos mais altos o conceito de tempo é diferente do que é conhecido por aqui. Não te apresses! E é aí que entra a entrega, a devoção, a confiança, a perseverança.

As idas e vindas de um plano para o outro transforma a alma numa bela e flexível bailarina que manifesta toda a beleza da face do Divino. As viagens não são físicas, não podem ser registradas por instrumentos humanos, ficam registradas no perfil genético do espírito mais alto. Os milagres tão esperados nada são além de manifestações do altíssimo numa forma ainda não entendida pelo ser mundano. Faça os milagres acontecerem!

Ainda o mais importante é a consciência de que o papel do cultivador é entender a efemeridade de sua ação, que uma vez alcançada libera esse ser para outras viagens e outras missões.

Então, simplificando o panorama dessa terra de deleite que pode se transformar a vida nesse plano.

O tempo-espaço é de erigir e colher.

Erigir e colher necessitam do esforço do ser.

O tempo-espaço entre os planos são diversos e devem ser respeitados.

O ser viajante entre os planos é um criador de milagres.

O cultivador cria para a eternidade, não para o próprio deleite.

Uma vez alcançada essa missão, outras viagens te espera.

Criar, conservar e transformar. Semear, cultivar, colher e compartilhar.

Tempo de colheita: a transformação depende de cada indivíduo.

O tempo-espaço aguarda a todos!

Sê e serão contigo!

JUSTUS

(Por bhavani)

 

 

segunda-feira, 2 de maio de 2011

CARIDADE - PARTE II

As três outras maneiras de ação da caridade são admiravelmente resumidas pelo conselho dado por Buda aos seus discípulos:
“Com seus corações transbordando de compaixão, vão por esse mundo dilacerado pelo sofrimento, sejam instrutores, e onde quer que a escuridão da ignorância domine, acenda uma tocha.”
Instruir aqueles que sabem menos, dar àqueles que fazem do mal a força para abandonar seu erro, consolar aqueles que sofrem, estas são todas ocupações da caridade compreendida de maneira correta.
Assim caridade, observada do ponto de vista individual, consiste, para cada um, dar a outros tudo o que eles necessitam, na proporção de seus meios.
Isto leva a duas observações.
A primeira é que não se pode dar o que não se controla.
Materialmente isto é tão evidente que não é necessário insistir no assunto. Mas intelectualmente, espiritualmente, a mesma regra é verdadeira.
Com certeza, como se pode ensinar alguma coisa que não se sabe? Como alguém  pode guiar o fraco no caminho da sabedoria se ele mesmo não o trilha? Como alguém pode irradiar amor se não o possui dentro de si?
E a caridade suprema, que é a doação integral para a grande obra da regeneração terrestre, implica primeiro de tudo, que se possa dominar o que se quer oferecer, isto é,  aquele alguém é mestre de si próprio.
Somente aquele que tem perfeito autocontrole pode consagrar-se com toda sinceridade para grande obra. Pois só ele sabe que nenhuma vontade oposta, nenhum impulso inesperado poderá nunca mais impedir sua ação, avaliar seu esforço colocando-o em  desarmonia consigo próprio.
Neste fato encontramos justificativa para o provérbio antigo que diz: “A Caridade começa em casa.”
            Esta máxima parece encorajar todo tipo de egoísmo, e também é uma expressão de uma grande sabedoria para quem entende corretamente.
            Isto porque as pessoas caridosas erram em obedecer este princípio que seus esforços se tornam infrutíferos com freqüência, que sua boa vontade é distorcida em seus resultados, e que, no final, eles são forçados a desistir de uma caridade que, por ser erradamente exercida, é causa de nada além de confusão, sofrimento e desilusão.
            Esta é evidentemente uma maneira errada de interpretar esta máxima, que diz, “Primeiro vamos acumular fortuna, inteligência, saúde, amor energias de todas as formas, então podemos distribuí-las.”
            Pois do ponto de vista material, quando a acumulação para? Quem adquire o hábito de empilhar nunca acha sua pilha grande o suficiente.
            Tenho sido levada a fazer uma observação sobre isto: que na maioria dos homens a generosidade parece existir na proporção inversa de seus recursos monetários.
            Observando a maneira com que trabalhadores, necessitados e todos os desafortunados agem entre si, sou forçada a concluir que os pobres são muito mais caridosos, mais preparados para socorrer seus companheiros de infortúnio do que aqueles que são favorecidos pela fortuna. Não há tempo suficiente para detalhar tudo o que tenho visto, mas asseguro que é instrutivo. Posso, em qualquer caso, assegurar que se os ricos, na proporção do que possuem, dessem tanto quanto os pobres, logo não haveria uma única pessoa faminta no mundo.
            Assim ouro parece atrair ouro, e nada seria mais fatal que querer acumular riqueza antes de distribuí-la. Mas também, nada seria mais fatal que um esbanjamento precipitado que, por falta de discernimento, desperdiçaria uma fortuna sem beneficiar ninguém.
            Não vamos confundir desinteresse, que é uma das condições da verdadeira caridade, com a falta de interesse que nasce da negligência ociosa.
            Vamos aprender portanto fazer uso ponderado do que podemos ter ou ganhar enquanto doamos a mínima ação possível para nossa pessoa e, sobretudo, não vamos esquecer que caridade não deve estar confinada à ajuda material.
            Nem a na área das forças é possível acumular, pois a receptividade ocorre na proporção do gasto: quanto mais se gasta beneficamente, mais se torna capaz  de receber, assim a inteligência que se adquire é proporcional a inteligência que se usa. Somos formados para manifestar uma certa quantidade de força intelectual, mas se nos desenvolvermos mentalmente, se colocarmos nossos cérebros para trabalhar, se meditarmos regularmente e acima de tudo se beneficiarmos outros com os frutos, embora modesto, dos nossos esforços , nos tornaremos capazes de receber uma quantidade maior de forças intelectuais constantemente profundas e puras. E o mesmo é verdadeiro para amor e espiritualidade.
            Somos como canais: se nós não permitirmos o que recebemos fluir livremente, não só se tornará obstruído como não se receberá mais nada e o que se contem estragará. Se, ao contrário, permitimos todo esse fluxo das forças vitais, intelectuais e espirituais flua abundantemente, se impessoalmente soubermos como conectar nossa pequena individualidade à grande corrente universal, o que dermos retornará centuplicado.
            Saber como não nos excluir da grande corrente universal, ser um elo na corrente que não deve ser quebrada, essa é a real ciência, a chave exata para caridade.
            Infelizmente há um erro comum que é um sério obstáculo para a aplicação prática deste conhecimento.
            Este erro encontra-se na crença de que uma coisa no universo pode ser nossa propriedade. Tudo pertence a todos, e dizer ou pensar, “Isto é meu”, é criar uma separação, uma divisão que não existe na realidade.
            Tudo pertence a todos, mesmo a substância do que somos feitos um turbilhão de átomos em movimento perpétuo que momentaneamente constitui nosso organismo sem permanecer nele e que, amanhã, formará outro.
            É verdade que muitas pessoas dominam grandes possessões materiais. Mas para estar de acordo com a lei universal, devem considerar-se tutores, administradores dessas posses. Eles têm que saber que essas riquezas foram confiadas a eles para que possam administrá-las para o melhor interesse de todos.
            Nós percorrermos um longo caminho desde a concepção estreita da caridade restrita de darmos um pouco do que temos em excesso aos desafortunados que a vida põe em nosso caminho! E o que dizemos sobre riqueza material se aplica também da riqueza espiritual.
            Os que dizem, “Esta idéia é minha”, que pensam que estão sendo muito caridosos ao permitir que outros se beneficiem dela, são insensatos.
            O mundo das idéias pertence a todos; a força intelectual é uma força universal.
            É verdade que algumas pessoas são mais capazes que outras de entrar em contato com o campo das idéias e manifestá-lo através de sua consciência cerebral. Mas isto não é senão outra responsabilidade para eles: desde que estão em posse desse bem, eles são seu administrados e devem ver que seja usado para o bem de um número maior de pessoas.
            O mesmo é válido para todas as outras forças universais. Somente o conceito de união, de identidade perfeita de tudo e todos, podem levar a verdadeira caridade.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Caridade - Parte I

No seu sentido mais geral, caridade pode ser definida com o ato de dar a outro o que lhe falta.
Quer dizer, em última análise, colocar cada coisa em seu lugar, que resultaria no estabelecimento da justiça suprema na terra.
Esta é a teoria, mas na prática caridade pode ser considerada como o caminho que o homem deve seguir no seu avanço desajeitado em direção a justiça.
            O homem, no seu presente estado de evolução, é incapaz não somente de compreender justiça na sua permanência terrena, mas também de ter uma noção como ela é em sua absoluta essência. Caridade é o reconhecimento vivo dessa inaptidão.
            Com certeza, na nossa ignorância de real justiça, a justiça que é única, com harmonia perfeita, perfeito equilíbrio e ordem perfeita, nosso mais sábio percurso é tomar o caminho do amor, o caminho da caridade que evita todo julgamento.
Isto é o que justifica a atitude daqueles que sempre colocam a caridade diante da justiça. Justiça é, sob este ponto de vista, severa, impiedosa, e a caridade pode vir a temperar esta severidade excessiva.
Certamente, eles não podem falar assim da justiça divina, porém mais razoavelmente da justiça humana ou até social, a justiça egoísta que é instituída para defender um mais ou menos amplo grupo de interesses e é mais oposto à verdadeira justiça do que a treva é da luz.
Quando falamos em justiça como é interpretada pelos chamados países civilizados, devemos qualificar a justiça não de severa e impiedosa mas de cega e monstruosa na sua pretensão ignorante.
            Então não podemos nunca fazer muitas compensações pelos seus efeitos trágicos, e lá a caridade acha uma oportunidade de se aplicar proveitosamente.
Mas este é apenas um lado da questão e antes de investigar mais profundamente o nosso assunto, gostaria de relembrar a você que a caridade como todas as outras atividades humanas, é exercida de acordo com quatro diferentes modos que podem ser simultâneos se sua ação é para ser integral e verdadeiramente efetiva. Quero dizer que nenhuma caridade está completa se não é ao mesmo tempo material, intelectual, espiritual ou moral, e acima de tudo, amorosa, pois a essência absoluta da caridade é o amor.
Atualmente caridade é considerada quase exclusivamente do ponto de vista externo e a palavra é sinônimo de repartir as posses de alguém com os rebotalhos da vida. Veremos logo como vil é essa concepção até quando puramente confinada ao campo material.

Fonte: Words of long ago - The Mother

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Entrega

            Existem dois caminhos para o Yoga, um é tapasya (disciplina), o outro a entrega. O caminho de tapasya  é árduo. Aqui você só pode contar consigo mesmo, você age por sua própria força. Você ascende e conquista de acordo com a medida de seu próprio poder. Sempre há o perigo de sucumbir. E uma vez que você cai, você fica abatido no abismo e dificilmente há remédio. O outro caminho, é o caminho da entrega, é seguro e certo. É aqui, entretanto, que os ocidentais encontram sua dificuldade. Eles foram ensinados a terem medo e evitar todas as ameaças a sua independência. Eles ingerirem junto com o leite de suas mães o senso de individualidade. E entrega significa desistir de tudo isso. Em outras palavras, você pode seguir, como Ramakrishna diz, o caminho do filhote de macaco ou o filhote de gato. O filhote macaco segura sua mãe para ser carregado e tem que segurar firme, senão ele perde o controle, e cai. Por outro lado, o gatinho não se agarra a sua mãe. Mas é segurado por ela e não tem medo nem responsabilidade; ele não tem nada mas deixa que a mãe o segure e chama  ma ma.
            Se você toma esse caminho da entrega completa e sinceramente, não há perigo ou dificuldades sérias. A questão é ser sincero. Se você não for sincero, nem inicie o Yoga. Se você está lidando com questões humanas, então pode dirigir-se a decepção; mas lidando com o Divino não há possibilidade de decepção em nenhum lugar.  Você pode continuar no Caminho seguramente quando é puro e aberto à essência e quando sua única finalidade é perceber e atingir o Divino e ser movido pelo Divino.
Seja como a criança, se entregue à Mãe, deixe que Ela carregue você, é não existirá mais perigo para você.
(Questions and Answers - 14 de abril de 1929 - A Mãe)

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Ira - Raiva - Ódio

Em resposta a alguém que gostaria de se livrar da ira.
É recomendável que você queira se livrar de uma imperfeição humana universal como a ira. A maioria das pessoas que sente ira prefere justificá-la do que mudar isso. Apreciamos também a sinceridade e objetividade com que você descreveu sua condição. Isso com certeza significa que você definitivamente quer controlar e domar a ira, embora possa ser difícil e demore um pouco, você com certeza encontrará uma solução satisfatória e duradoura.
O primeiro passo
Eis um fragmento de uma carta de Sri Aurobindo para alguém que estava passando por um problema parecido, que pode ser útil para você:
“Se você se expressar pela ira, você prolonga ou confirma o hábito do retorno da ira; você não diminui ou se livra do hábito. Efetivamente, o primeiro passo para enfraquecer o poder da ira na natureza e posteriormente se livrar dela completamente é repelir toda expressão dela em atos ou palavras. Posteriormente se pode seguir  com probabilidade de sucesso em expulsá-la dos pensamentos e sentimentos também”
O importante primeiro passo, você perceber, é evitar em falar ou agir enquanto estiver com ira. Você pode resolver que não falará ou agirá enquanto sob o poder da ira. Para isso algumas coisas práticas poderão ser úteis: você pode tentar respirar lenta e profundamente, sair do local se for possível, ou fechar os olhos e se distanciar de tudo que perturba você. Você pode repetir para si mesmo que se recusa a ficar com ira. Existem vários outros métodos também. Você pode escolher o mais adequado para você. Mesmo se os resultados não forem imediatamente visíveis, você não deve desistir, mas insistir.
Pode ajudar também se você puder entender um pouco mais as causas da ira. A Mãe diz que basicamente,
“A ira é uma violenta reação do vital a algum choque que é desagradável para ele;”
Quando alguma coisa desagradável acontece perto de você, se você reage a isso e expressa sua ira – isto magoa outras pessoas. Se você a reprime – magoa você. Então a solução é transformá-la. A ira tem uma energia tremenda. Essa energia pode ser canalizada para alguma coisa útil – lavar e limpar a casa toda, tocar música ou um instrumento, corrida no lugar, jardinagem, etc. Conforme a ira é dissipada – um bom trabalho foi feito! Evite interagir com pessoas neste tempo.
Como controlar e domar a ira.
Um ponto importante a se compreender é que a ira não está nem dentro de você nem faz parte de você. É algo estranho, uma vibração externa, que encontra uma entrada porque alguma coisa em você responde a ela. A Mãe explicou isso lindamente:
“Se você tem uma falha séria em seu caráter, por exemplo, o hábito de perder sua calma, e você decide: “Eu não posso ficar com ira outra vez”, é muito difícil. Mas se por outro lado, você diz a você mesmo: ‘Ira é algo que circula por todo o Mundo, não está em mim, pertence a todo mundo; vaga por aqui e por lá e se eu fechar minha porta, ela não vai entrar’. É bem mais fácil. Se você pensa: ‘Faz parte do meu caráter, eu nasci assim’, se torna quase impossível. É verdade que há alguma coisa em seu caráter que reage a essa força da ira. Todos os movimentos, todas as vibrações são gerais – elas entram, elas saem, elas movem-se continuamente – mas elas atacam você e entram em você somente a medida que você deixe sua porta aberta. E se você  tem, além disso, afinidade com essas forças, você pode ficar com ira sem ao menos saber porque. Tudo está em todo lugar e é decisivo marcar os limites.”
Seguem dois fragmentos das cartas de Sri Aurobindo que ajudará a desassociar-se da ira e então controlá-la e domá-la.
I) “Olhe para ela e veja como insignificante é a ocasião do surgimento dessa ira e sua explosão – que a torna mais e mais sem motivo – e o absurdo desse movimento em si. Não seria difícil se livrar dela se, quando ela vem, você olha para ela calmamente – por ser perfeitamente possível recuar em uma parte do ser , observando numa dissociação equânime mesmo quando a ira surge na superfície – como se houvesse outra pessoa além de você no seu ser que tem ira. A dificuldade é que você fica alarmado e aflito tornando mais fácil para a coisa tomar sua mente como não deveria”
II) “Seu método de tomá-la como sua é outra vez um método equivocado; pois fazendo isso você aumenta o poder dela voltar e pegar você. Se você não considerá-la como sua, então ela não terá direito a estar lá. Se você não sente que ela não é parte de você, ela não tem direitos, e a vontade pode desenvolver mais força para mandá-las embora. O que você deve sentir e ter como parte de você é essa vontade, o poder de se opor a aceitação, se opor a admissão de uma ação errada. Ou se ela entrar, a força a  mandará embora, sem se expressar.”
Uma sugestão prática
Eis outra sugestão da Mãe que é muito prática e que você poderá experimentar com proveito:
“Se for tomado como absoluta disciplina, em vez da ação ou fala  (porque falar é uma ação), em vez de agir por impulso, se você recuar e fazer como eu disse, sentar calmamente, concentrar-se e então olhar para essa ira quieto, você a observar, quando terminar de observá-la, ela terá ido embora – de qualquer forma, mais frequentemente se deveria fazer sempre assim, quando se sente que é pego por um impulso de qualquer tipo ou, particularmente por impulsos de ira.”
O que nós dissemos acima são passos quando alguém está com ira ou quando sente a ira se aproximar. Mas a solução verdadeira consiste em ir ao seu interior e descobrir aquela parte de si mesmo, a faísca divina, o Ser Psíquico, a quem nem a ira ou más ações podem tocar; ou trazendo sobre si  paz  e luz a fim de que essas ações se transformem permanentemente.


segunda-feira, 21 de março de 2011

Sadhana

Sadhana é um termo sânscrito cuja raiz, sadh, significa resgatar aquilo que é divino em nós, nosso poder de cura, nosso poder de servir, de nos alegrarmos, ou de elevarmos nosso espírito. As práticas da sadhana englobam todas as nossas atividades diárias, desde a mais simples até as mais sublimes, desde a preparação das refeições até a exploração de nosso ser interior na meditação. A meta da sadhana é permitir o resgate de nossos ritmos naturais e o realinhamento da vida interior e dos hábitos cotidianos com os ciclos universais. Quando começamos a viver e nos mover de acordo com os ritmos da natureza, nossa mente torna-se mais lúcida e mais pacificam e a saúde imediatamente melhora. Toda a nossa vida se torna então mais fácil.
Fonte: Livro “O caminho da prática” – Bri Maya Tiwari - http://www.wisearth.org/  

segunda-feira, 14 de março de 2011

O Corpo

Este corpo que uma vez foi meu universo,
É agora uma insignificância carregada pela alma –
Seu movimento de Titã suporta esta apertada bolsa,
Percorrendo vastidões rumo a uma mais vasta meta.

Pequeno demais era ele para atender à gigantesca necessidade
Que somente a infinitude pode satisfazer:
Este habitante o conserva ainda, pois nas dobras está escondido
Ser secreto passaporte para a eternidade.

Em sua frente um Tempo e um Espaço ilimitados desdobram
A paisagem de seus dourados acontecimentos;
O coração é enchido com uma doce e violenta alegria,
A mente aferrou-se a coisas grandes distantes.

Quão crescido coincidente com o mundo todo
É o pequeno habitante nesta estreita casa!

Sri Aurobindo